segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Cruz de São Bento: mais uma arma, contra as forças do Demônio.

Medalha de São Bento

Creio que todo uso de medalhas ou símbolos e rituais de proteção só têm validade se existir uma prática de oração constante, exigindo algumas vezes certos sacrifícios e penitências, como diz Jesus:
Essa espécie de demônio só pode ser expulsa pela oração e pelo jejum” (Mt 17,20)
O uso de símbolos e medalhas é uma prática que nos coloca em oração perpétua, como o povo de Israel ao olhar a imagem da serpente de bronze (Nm 21,8-9).


Ao usar uma medalha, ela funciona como um sinal para a nossa mente e para o universo de que estamos sobre a proteção daquele que a medalha ou imagem representa (Ex 25, 18-22)  , Cristo , Nossa Senhora  ou os Santos ( os santos que como servos de Deus são seus constantes auxiliares em nossas vidas(APO 5, 9-11) (APO 7, 13-15).

Entre as diversas medalhas, uma muito poderosa é a de São Bento, famosa por suas muitas graças, que usa o Sinal da Cruz e orações em latim para a defesa de quem a carrega.

A Cruz é o sinal mais perfeito de proteção e graça, pois com o sacrifício de Cristo ela se tornou o símbolo da redenção e do amor de Deus por nós (Jo 12, 32) , ( Gl 6,14).

O latim é uma língua poderosa, por ser milenar, usada em ritos cristãos por séculos, e por isso carregada de misticismo e graça da comunhão dos santos. 

Quando penso em rezar em latim, e muitas vezes costumo rezar, penso que essa língua foi usada por muitos santos que hoje estão na presença de Deus, que usaram as mesmas orações que uso para falar com o Pai e assim poe séculos, encheram essa língua oficial da Igreja de graça e poder com seus méritos alcançados por suas vidas de devotamento e sacrifício. O latim carrega em si um mistério da fé que faz nossa oração ainda mais poderosa. 

Sem dúvida a medalha de São Bento é uma das mais veneradas pelos fiéis.
A ela se atribuem poder e remédio, seja contra certas enfermidades do homem e animais, ou contra os males que podem afetar o espírito, como as tentações do poder do mal.

Mas é freqüente também colocá-la nos cimentos de novos edifícios como garantia de segurança e bem-estar de seus moradores. 
A origem desta medalha se fundamenta em uma verdade e experiência do cunho espiritual que aparece na vida de São Bento tal como a descreve o papa São Gregório no Livro II dos Diálogos.


O pai dos monges usou com freqüência do sinal da cruz como sinal de salvação, de verdade, e purificação dos sentidos.
São Bento quebrou o vaso que continha veneno com o sinal da cruz feito sobre ele.

Quando os monges eram perturbados pelo maligno, o santo mandava que fizessem o sinal da cruz sobre seus corações. Uma cruz era o selo dos monges na carta de sua profissão quando não sabiam escrever.

Tudo isso, não faz mais que convidar seus discípulos a considerar a santa cruz como sinal benfeitor que simboliza a paixão salvadora do Senhor, porque se venceu o poder do mal e da morte. 
O Santo Varão, como também é chamado, vencia o Tentador utilizando-se do sinal da cruz e da oração contida na Cruz Medalha que fora esculpida nas paredes de um mosteiro.

No século XVII, em Nattenberg, na Baviera, em um processo contra umas mulheres acusadas de bruxaria, elas reconheceram que nunca haviam podido influir malignamente contra o mosteiro beneditino de Metten porque estava protegido por uma cruz.

Feitas, com curiosidade, investigações sobre essa cruz, descobriram que nas paredes do mosteiro estavam pintadas várias cruzes com algumas siglas misteriosas que não puderam ser decifradas.

Continuando a investigação entre os códices da antiga biblioteca do mosteiro, foi encontrada a chave das misteriosas siglas em um livro do século XIV.

 Assim sendo, entre as figuras aparece uma de São Bento segurando com a mão direita uma cruz que continha parte do texto que se encontrava só em suas letras iniciais nas hastes das cruzes pintadas nas paredes do mosteiro de Metten, e na esquerda portava una bandeirola com a continuação do texto que completava todas as siglas até àquele momento misteriosas.
Muito mais tarde, já no século XX, foi encontrado outro desenho em um manuscrito do mosteiro de Wolfenbüttel representando um monge que se defende do mal, simbolizado numa mulher com uma cesta cheia de todas as seduções do mundo.

O monge levanta contra ela uma cruz que contém a parte final do texto. Mas é possível que a existência de tal crença religiosa não seja fruto do século XIV senão muito anterior. 
No século XIV, em março de 1742, aprovou o uso da medalha que havia sido tachada anteriormente, por alguns, de superstição.

Dom Gueranger, liturgista e fundador da Congregação Beneditina de Solesmes, disse que o costume de a imagem de são Bento aparecer com a santa Cruz, confirma a força que esse poder obteve em suas mãos.

A devoção dos fiéis e as muitas graças obtidas por ela é a melhor mostra de seu autêntico valor cristão.

Santa Francisca Romana e a visão do Inferno

Na vida da mística italiana, Santa Francisca Romana,  as visões ocupam um lugar saliente. A propósito do que a Santa viu sobre o inferno, o célebre escritor católico francês 
Ernest Hello apresenta um apanhado sucinto e sugestivo em sua obra “Physionomie des Saints”, o qual exporemos abaixo.

Inúmeros suplícios, tão variados quanto os crimes, foram mostrados à Santa em detalhes.

Por exemplo, viu ela o ouro e a prata serem derretidos e derramados na boca dos avarentos.
A hierarquia dos demônios, suas funções, seus tormentos, os diversos crimes aos quais presidem, foram-lhe apresentados.
Viu Lúcifer, chefe e general dos orgulhosos, rei de todos os demônios e precitos, rei muito mais infeliz do que os próprios súditos.

Anjo da Guarda, mostra à
Santa Francisca Romana,
a visão do Purgatório e do
Inferno.
O inferno é dividido em três partes: o superior, o do meio e o inferior.

Lúcifer encontra-se no fundo do inferno inferior.

A Lúcifer, chefe universal, subordinam-se três outros demônios, os quais exercem império sobre os demais:

1) Asmodeu, que preside os pecados da carne, e era antes da queda um Querubim;

2) Mamon, que preside os pecados da avareza, era um Trono. O dinheiro fornece, ele sozinho, uma das três grandes categorias.

3) Belzebu preside aos pecados de idolatria.

 Tudo que tem algo a ver com magia, espiritismo, é inspirado por Belzebu.

 Ele é, de um modo especial, o príncipe das trevas, e mediante as trevas ele é atormentado e atormenta suas vítimas.

Uma parte dos demônios permanece no inferno, a outra no ar, e uma terceira atua entre os homens, procurando desviá-los do certo caminho.
Os que ficam no inferno dão ordens e enviam seus embaixadores; os que residem no ar agem fisicamente sobre as mudanças atmosféricas e telúricas, lançando por toda parte suas más influências, empestando o ar, física e moralmente. Seu objetivo é debilitar a alma.
Representação artística, que descreve Santa Francisca
em luta contra um demônio, com a ajuda de São Paulo
e de seu anjo da Guarda.

Quando os demônios encarregados da Terra vêem uma alma enfraquecida pelos demônios do ar, eles a atacam no seu ponto fraco, para vencê-la mais facilmente.

É o momento em que a alma não confia na Providência.
Essa falta de confiança, inspirada pelos demônios do ar, prepara a alma para a queda solicitada pelos demônios da Terra.

Assim, enfraquecidos pela desconfiança, os demônios inspiram na alma o orgulho, em que ela cai tanto mais facilmente quanto mais fraca esta.
Quando o orgulho aumentou sua fraqueza, vêm os demônios da carne que atacam seu espírito.

Quando os demônios da carne aumentam mais ainda a fraqueza da alma, vêm os demônios que insuflam os crimes do dinheiro.
E quando estes diminuíram ainda mais os recursos de sua resistência, chegam os demônios da idolatria, os quais completam e concluem o que os outros começaram.

Todos se articulam para o mal, sendo esta a lei da queda: todo pecado cometido, e do qual a alma não se arrependeu, prepara-a para outro pecado.
Quando em tal momento, a Santa
era tentada, sabia, pela natureza
e violência da tentação, de que
altura tinha caído o anjo tentador 
e a que hierarquia pertencera.
Assim, a idolatria, a magia, o espiritismo esperam no fundo do abismo aqueles que foram escorregando de precipício em precipício.

Todas as coisas da hierarquia celeste são parodiadas na hierarquia infernal.
Nenhum demônio pode tentar uma alma sem a permissão de Lúcifer;
Os demônios que estão no inferno sofrem a pena do fogo.

Os que estão no ar ou na terra não sofrem atualmente tais penas, mas padecem outros suplícios terríveis, e particularmente a visão do bem que praticam os santos.
O homem que faz o bem inflige aos demônios um tormento indescritível.

Quando uma alma cai no inferno, seu demônio tentador é felicitado pelos demais.
Mas quando a alma se salva, o demônio tentador recebe insulto dos outros, que o levam para Lúcifer e este lhe inflige um castigo a mais, além das torturas que já padece.

Este demônio entra às vezes no corpo de animais ou homens. Ele finge ser a alma de um morto.
Quando um demônio consegue perder certa alma, após a condenação desta transforma-se em tentador de outro homem, mas torna-se mais hábil do que foi a primeira vez.
Aproveita-se da experiência que a vitória lhe deu, tornando-se mais forte para perder o homem.

Santa Francisca observava um demônio em cima de alguém que estivesse em estado de pecado mortal. 
Confessado o pecado, via ela, o mesmo demônio ao lado da pessoa.
Após uma excelente confissão, o anjo mau ficava enfraquecido e a tentação não tinha mais o mesmo grau de energia.

Ao ser pronunciado santamente o nome de Jesus, Santa Francisca via os demônios do ar, da terra e do inferno inclinarem-se com sofrimentos espantosos, tanto maiores quanto mais santamente o nome de Jesus fora pronunciado.

Se o nome de Deus é pronunciado em meio a blasfêmias, os demônios ainda assim são obrigados a se inclinar, mas um certo prazer é misturado à dor causada pela homenagem que são obrigados a render.

Se o nome de Deus é blasfemado por um homem, os anjos do céu inclinam-se também, testemunhando um respeito imenso.
Assim, os lábios humanos, que se movem tão facilmente e pronunciam tão levianamente o nome terrível, produzem em todos os mundos efeitos extraordinários e ecos, dos quais o homem não é capaz de compreender nem a intensidade nem a grandeza.